Campus de União da Vitória

Docente responsável: Profª. Drª. Alcimara Aparecida Foetsch

RESUMO: Testemunho histórico e elemento marcante na paisagem, o cemitério é para além da territorialidade dos mortos, ferramenta tensionadora que contribui significativa e singularmente na reconstrução da gênese dos lugares, das linhagens, das origens. Objeto de mediação perante a finitude da vida, revela contextos, é artefato, documento e campo teatral onde se projetam e comunicam valores pessoais, expressões coletivas e manifestações sagradas. Neste contexto, tomamos o cemitério polonês enquanto objeto de investigação no Brasil, partimos da representação espacial e dos aspectos intangíveis para considerá-lo para além do repositório de restos humanos, sobrepondo o embaraço do assombro, da fobia e do temor. Propomos, por meio de um diálogo interdisciplinar, reconhecê-lo enquanto lugar de memória, vivência, sociabilidade, âncora tangível de identificação étnica, na maioria dos casos em despercebido esquecimento. Para tanto, listamos quatro perspectivas de interlocução: i) a valoração do direito à memória ancestral e ao fazer recordar; ii) a simbologia cemiterial, linguagens, mensagens e esquemas interpretativos; iii) a urgência do reconhecimento da patrimonialização do espaço e das práticas rituais/performativas do bem cultural; e, iv) a proposição da reciclagem simbólica do campo santo por meio de sua turistificação. Dessa maneira, o defendemos enquanto campo de representação simbólica que dá sentido à espacialidade da morte e lócus privilegiado de enraizamento territorial, portador de significados e atributos é cenário propício à lembrança, ao reconhecimento e à valorização cultural, devendo ser inscrito enquanto elemento potencial ao se referir ao fator nacionalidade.

Docente responsável: Profª. Drª. Diane Daniela Gemelli

RESUMO: Partimos do entendimento de que o Contestado é um campo de estudos para as diferentes áreas do conhecimento e que o Campus da UNESPAR de União da Vitória precisa tomar para si a reponsabilidade de desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão que contribuam com o desvelar das diferentes manifestações. Portanto, desde a Geografia e a partir da centralidade terra-trabalho-ambiente objetivamos construir uma leitura sobre o processo de apropriação privada da terra que dialeticamente se vincula ao movimento societário do trabalho (processo de divisão social e territorial do trabalho) denotando na transfiguração ambiental (degradação da natureza). Com isso, buscamos tecer uma proposta para a análise territorial do Contestado no espaço-tempo, que em diálogo com os sujeitos afetados pela ordem hegemônica, possa contribuir com o desvelar da realidade em movimento ao passo que se busca a construção de um mundo com justiça territorial (acesso à terra, trabalho e ao ambiente).

Docente responsável: Profª. Drª. Helena Edilamar Ribeiro Buch

RESUMO: A Proposta desta investigação na docência pretende emergir o licenciando do Curso de Geografia nas atividades escolares onde se processam as relações entre o saber e o fazer geográfico, procurando conhecer práticas pedagógicas e vivências em sala de aula sob a maestria do professor de Geografia na escola básica durante o ensino médio. Analisar quais as estratégias utilizadas pelo professor para ensinar as relações sociedade e natureza, ética ambiental, posicionamento no combate as injustiças, violência, preconceitos, inclusão, solidariedade, respeito, ações de protagonismo na relação sociedade e natureza e que essa compreensão possibilite práticas espaciais por parte do cidadão, sobretudo o olhar que vislumbre as populações de risco social e grupos em vulnerabilidade social com vistas desenvolver a aplicação desses conceitos no cotidiano da sala de aula. A abordagem metodológica que pretendemos utilizar será a investigação qualitativa, na modalidade de pesquisa participante, com apoio no diário de bordo, para registrar a subjetividade das relações entre professor, aluno e os temas utilizados no Ensino Médio para ensinar Geografia.

Com isso acreditamos elucidar diferentes espaços de aprendizagem, assim como a diversidade de intervenções geradas pelos professores de forma orientada, com foco na superação de dificuldades.

Docente responsável: Prof. Dr. Vanderlei Marinheski

RESUMO: Em pequenas propriedades rurais as estradas ocupam trechos do relevo com declividades acentuadas, nos quais a erosão é progressiva. As plataformas não são pavimentadas, sendo realizado somente a terraplanagem em meio às várias características do relevo. Como resultado, há incisões associadas às redes viárias e grande quantidade de sedimentos depositados a jusante ou carregados pelas enxurradas até os cursos fluviais. Esses sedimentos podem ter origem nas próprias estradas ou em locais de agricultura, sendo incrementados de produtos químicos e tóxicos que acabam contaminando a água. Com a abertura de sulcos e ravinas nas estradas, o tráfego é prejudicado e dificulta transporte dos cultivares até as propriedades, elevando o custo de transporte das safras e de manutenção desses sistemas viários. Em certos casos, é necessária a passagem de uma máquina motoniveladora para os reparos mais acentuados. O principal problema dos processos erosivos em estradas rurais está nos sistemas de drenagens. A grande concentração de fluxos de água na faixa de rolamento da estrada aliada à declividade acentuada ocasiona um aumento da energia cinética, elevando o potencial de remoção e transporte de materiais. Além disso, a concentração de umidade reduz a capacidade de resistência do solo, tornando-o mais vulnerável aos processos erosivos. O principal objetivo dessa pesquisa é avaliar os processos erosivos em estradas rurais não pavimentadas, na Bacia hidrográfica do Rio do Atalho em Cruz Machado, no Paraná. A bacia tem relevo dissecado, com presença constante de blocos e matacões de rochas ígneas, com uso do solo feito pelo sistema de agricultura familiar de baixo nível tecnológico. A metodologia dessa pesquisa contará com a pesquisa bibliográfica e o trabalho de campo com a averiguação dos pontos impactados.

Docente responsável: Profª. Drª. Valquiria Brilhador da Silva

RESUMO: Os movimentos de massa estão incluídos entre os principais fenômenos relacionados a desastres naturais no Brasil. O município de União da Vitória-PR, está entre os municípios brasileiros onde ocorrem este fenômeno. Por esta razão está entre àqueles monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta a Desastres Naturais - CEMADEM, e contemplado com mapeamento de áreas de risco, realizado pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo – IPT e SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM. A suscetibilidade a movimentos de massa está relacionada a fatores condicionantes naturais (pedológicos, geomorfológicas, geológicos e hidrológicos). O município de União da Vitória está situado na área de transição entre 2º e 3º Planalto Paranaense. A área urbana e periurbana ocupa a planície aluvial constituída por sedimentos recentes, e morros com relevo íngremes, e constituídos por siltitos, arenitos, além dos basaltos nos topos. Essa diversidade

litológica confere características heterogêneas aos materiais de alteração. Esta pesquisa tem como objetivo investigar as propriedades inerentes aos fatores condicionantes naturais (pedológicos, geomorfológicas, geológicos e hidrológicos), relacionados aos movimentos de massa na área urbana e periurbana do município de União da Vitória. Propõe-se uma análise integrada, a partir dos dados obtidos em órgãos oficiais, dados obtidos na investigação de campo e laboratório.